Estes são o
Lippi e a
Annett. Os meus bebés do coração! Esta foto foi tirada no dia em que fomos buscar a cadela, a branca e castanha.
A história destes dois é linda. O amor que os une vai para além do meu conhecimento e percepção.
Há dois anos, quando a mudança para uma casa provinciana começou a ganhar contornos definitivos, pensei em realizar mais um daqueles desejos de sempre: um cão! A ideia não foi assim pensada com data marcada, mas tinha já comigo algumas certezas: não tinha de ser de raça, não queria comprar (muito menos em lojas - comércio de animais em lojas é coisa que eu abomino), não tinha preferências de tamanho ou idade, enfim, só tinha de ser «aquele», ou seja, o que me «dissesse» «Quero ir contigo!» de uma qualquer Associação.
Num dia lindo e óptimo para passear de Outubro - no próprio dia do animal, dia 4 - fomos até por acaso aos relvados dos Jerónimos onde estava a decorrer uma campanha de adopção. A campanha tinha várias associações e, como já era tarde, já estavam a recolher os animais. O único que vi, com o focinho meio metido numa tigela de água, foi o Filipe, como me disse a voluntária que lá estava. Ele olhou para mim e apaixonámo-nos mutuamente...
A associação é a
Bianca e a voluntária a Filipa, que tinha resgatado este cãozito da rua (é madrinha dele, por isso se chamava Filipe).
Ainda não tínhamos mudado de casa e não estava à espera de encontrar «o meu cão» logo.
Passámos a ir visitá-lo todos os sábados e a levá-lo à praia em Sesimbra (a associação é de Sesimbra).
Ele começou a não querer ficar lá sem nós. Foi de partir o coração quando começou o mau tempo e ter de deixá-lo lá.
No Natal fomos buscá-lo para o nosso apartamento, sem querer saber das consequências, pois ele já era bem grandinho e sempre vivera em terra batida e sem regras. Foi o melhor que fizemos. Ele revelou-se um animal de grande sensibilidade e inteligência, mesmo com os traumas que trazia de uma tentativa de adopção anterior mal sucedida (tinha medo de tudo, até dos sacos de plástico!).
Mudámos, entretanto, de casa.
Começamos então a «ajudar» a associação e a ver que a Annett, a grande amiga do nosso agora Lippi, estava a deprimir sem ele. Todos os sábados esperava pela nossa chegada e, quando não íamos, não saída do portão (coisa que nunca se tinha visto nela). Como é que aquela bichinha sabia que era sábado? Pois, eu também não faço ideia...
A história da Annett é muito simples. Apanhada numa praia em cachorra e nunca conheceu nada mais do que o ambiente da associação. Tem um temperamento calmo e independente, não se entrega às pessoas com facilidade, tem alguns problemas de deficit de afecto. É mesmo muito carente. Na altura não tinha consciência disso. Não se dava com muitos outros cães, com a excepção do seu querido Lippi.
Não aguentámos... Fomos buscá-la!
Eles adoram-se!!! São o que chamo do verdadeiro Amor Canino!
E, mesmo sendo adoptados já adultos e sem nunca terem tido regras, são os melhores cães do mundo! Tenho vasos, plantas, cadeiras, almofadas, cds e tudo o que se possa imaginar e está tudo no sítio!!!
São uma bênção!
A Annett está a aprender a brincar e o Lippi já acha muita graça a sacos de plástico.